Conheça as principais consequências que o uso excessivo de tecnologia pode gerar em crianças e as formas de balancear essa exposição
Com a diversidade de aparelhos tecnológicos que possuem conexão à internet, assuntos como os benefícios e precauções que devem ser tomadas no que diz respeito ao entretenimento infantil têm sido pauta para diversos especialistas da área. As brincadeiras que antigamente traziam o contato direto entre crianças e adolescentes, como pega-pega, esconde-esconde ou um simples jogo de futebol em algum campinho perto de casa, foram substituídos por videogames e aplicativos para smartphones ou tablets.
Segundo artigo divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a nova forma de interação afeta, principalmente, o desenvolvimento de experiências sinestésicas (audição, visão, paladar, olfato e tato) necessárias para a relação com o mundo real. A ausência desse tipo de experiência pode acarretar no detrimento do desenvolvimento afetivo, cognitivo e social da criança. No que diz respeito à saúde física, problemas como obesidade, hipertensão e diabetes podem ser causados em razão do sedentarismo que a falta de atividade física proporciona.
“É importante compreender as expectativas e dúvidas dos familiares e o contexto sócio-econômico-cultural de cada criança, a fim de traçar, junto com os pais, uma conduta individualizada que preserve a saúde geral”, afirma a neuropediatra e diretora da SBP, Liubiana Arantes de Araújo. Entre as consequências do uso desenfreado e sem controle das tecnologias, pode-se listar o aumento da ansiedade, adesão ao cyberbullying, comportamento violento ou agressivo, transtornos de sono e alimentação, baixo rendimento escolar, lesões por esforço repetitivo, entre outros.
Apesar dessa lista de riscos, inúmeros benefícios também foram apresentados, uma vez que as crianças que têm maior contato com computadores tendem a ser mais inteligentes. As mensagens instantâneas enviadas por aplicativos como WhatsApp ou Messenger estimulam a escrita e ampliam o vocabulário. “Mais do que discutir se eles devem usá-la no dia a dia, é necessário aceitar a inserção das crianças e adolescentes no mundo digital, focando na qualidade dos conteúdos acessados e no equilíbrio entre as atividades virtuais e as do mundo real, tais como brincar ao ar livre, alimentar-se, estudar e dormir”, afirma Liubiana Araújo.
A 1ª Tabeliã de Notas de São José dos Campos, Laura Vissotto, implementou em seu cartório uma medida que pode ser considerada importante para o resgate do contato físico entre os pequenos. O espaço kids disposto na serventia proporciona a integração com outras crianças e ajuda no processo de socialização. “Com certeza os clientes se sentem acolhidos e valorizados por terem pequenos mimos no seu dia a dia. Pelo menos, enquanto está esperando, a criança terá a maior distração possível já que, para ela, o ambiente não é convidativo. Assim, a experiência fica mais agradável”, conclui a notária.