Foi-se o tempo em que empresas ou profissionais liberais utilizavam-se de equipamentos montados ou trazidos de países fronteiriços e de viagens de férias. Foi-se o tempo em que os sistemas empresariais eram desenvolvidos por aquele “sobrinho” ou filho de um amigo ou ainda com base em soluções caseiras sem padrão algum de mercado. Foi-se o tempo em que bastava instalar o Windows, um editor de textos e um antivírus gratuito para que o trabalho pudesse ser realizado.
Em tempos de Blockchain, Internet das Coisas (IoT), nanotecnologia e de total dependência da grande rede (www – word wide web), fica cada vez mais difícil, ou até mesmo impossível, improvisar e não se profissionalizar no quesito Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), como é conhecida a Informática atualmente. Não é aceitável que as empresas e instituições, especialmente os cartórios – responsáveis pela segurança jurídica de milhões de brasileiros e estrangeiros – continuem com práticas em TIC dos anos 1990.
Não condiz mais com a realidade a falta de computadores de primeira linha, de servidores rápidos e seguros com replicação de dados, de backup em nuvem, de colaboradores formados em TI, de suporte de empresas especialistas em redes, servidores e infraestrutura e ainda de sistemas focados exclusivamente no segmento Notarial e Registral brasileiro.
A sociedade não consegue mais enxergar um tabelionato de notas, por exemplo, que não utilize o que há de melhor na identificação das partes como sensores biométricos, câmeras, tablets, assinaturas na tela, comparação de assinaturas e dados interligados às centrais da classe, como à Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados (Censec). E a população também tende a não confiar naqueles que ainda não divulgam informações ou não possuem página na web, blog ou site. Para essa nova geração que está à porta, já é natural que um cartório preste serviços pela internet, que possua toda uma infraestrutura interna extremamente segura, rápida e adequada aos dias de hoje.
Para esses novos usuários, é inimaginável que ainda existam empresas, instituições e, principalmente, cartórios que utilizem servidores montados, sem nenhum backup local ou de replicação. Ou que usem ferramentas já não tão eficientes, como o backup no próprio servidor ou em mídias externas, que são levadas para casa e podem facilmente sofrer danos. Ou ainda, que existam cartórios sem sistemas especializados para sua atividade e que não estejam preocupados com a segurança de firewalls, antivírus e outros softwares próprios para evitar invasões cibernéticas e sequestros de dados.
Existem grandes investimentos em TIC por parte do Colégio Notarial do Brasil e outras entidades de classe, exemplo disso são as centrais de dados e a disponibilização de serviços que agregam ao dia a dia dos cartórios. Porém, é preciso que os notários e registradores também invistam em infraestrutura para que os usuários sejam beneficiados com soluções rápidas e eficazes.
Não basta pensar em gastar menos, em investir menos, em depender menos da tecnologia, pois isso pode gerar mais problemas com segurança, mais trabalho e muito mais gastos. No campo da TI, investir mais, pode resultar em preocupações a menos. Ou seja, em informática, mais é menos.
*Joelson Sell é diretor de Canais e Negócios, graduado em Gestão Comercial e um dos fundadores da Escriba Informática