Localize se especializou em serviços de investigação e recuperação de ativos escondidos por grandes devedores no nome de familiares, laranjas ou empresas de fachada
 
Arquivos de dados públicos, como cartórios, são uma fonte rica de informações. Rica, mas difícil de navegar. Quem conhece os caminhos pode levantar um bom dinheiro. É o que vem fazendo a Localize. Criada há dez anos por quatro sócios, um deles filho de uma oficial de cartório, ela se especializou em serviços de investigação e recuperação de ativos escondidos por grandes devedores no nome de familiares, laranjas ou empresas de fachada.
 
Na prática, a Localize usa dados disponíveis em redes sociais e arquivos públicos para montar árvores genealógicas e mostrar onde foi investido o dinheiro devido. Depois, resume a história toda em pequenas revistas, escritas por jornalistas, entregues aos clientes, e em dossiês cheios de dados técnicos para os advogados deles. Com base nos dados, a Localize então recomenda como recuperar os valores: negociação, processo judicial ou venda dos créditos podres para empresas especializadas.
 
Os principais clientes são bancos, mas há também famílias ricas em litígio e processos de análise de risco feitos antes de transações comerciais importantes, como a compra de empresas ou o fechamento de grandes contratos de fornecimento. No ano passado, a empresa localizou R$ 7,2 bilhões em ativos, dos quais R$ 3,5 bilhões considerados de fácil recuperação. A contratação do serviço vale a pena para pendengas acima de R$ 3 milhões. Mas a meta é “massificar”, para questões de R$ 500 mil (80% do mercado), com o auxílio de ferramentas de big data e inteligência artificial.