Na próxima sexta-feira, 27 de agosto, é Dia do Corretor de Imóveis. Profissionais falam sobre os desafios diários da carreira, que exige muito estudo e dinamismo
 
Quando o assunto é vender ou comprar uma casa, a maior preocupação na hora da negociação costuma ser com a documentação. Mas, há outras questões que podem ser esquecidas por quem não atua na área e isso pode se transformar em uma “dor de cabeça”.
 
“Quando se decide vender um imóvel não é simplesmente colocar para vender, é preciso ter conhecimento. Existem diversos fatores. Cada imóvel é diferente do outro”, exemplifica Luciano Giongo Tomazini, diretor de Vendas da Cilar, imobiliária integrante da Rede Imóveis. “Já teve caso de uma pessoa que comprou um apartamento e não sabia que a escritura da garagem era separada, achava que estava tudo junto. A expertise de um corretor é fundamental para não haver perdas”, ressalta.
 
Para quem vende, na hora de avaliar um imóvel, embora a localização seja o ponto fundamental, ainda existem outros aspectos como insolação, mobiliários, o fato de ser reformado ou não, quantidade de garagens, o andar, no caso de prédios, entre outros. A documentação realmente é uma das questões principais, segundo Fernando Galvão Puhl, diretor de Vendas de Imóveis Prontos da Galvão, imobiliária também integrante da Rede Imóveis. Mas, são feitas diversas análises antes de uma assinatura.
 
“A parte principal, onde o cliente pode perder dinheiro, é a documentação. Nós analisamos tudo, tiramos certidões do imóvel, dos vendedores. Se existe alguma pendência, sabemos o que é possível ou não resolver com o cartório, por exemplo. Nosso trabalho vai desde a procura pelo imóvel, passando pela avaliação, visitas, documentação, escrituras, registro até a entrega das chaves. É um pacote completo”, esclarece.
 
Puhl ainda salienta que quando são descobertos problemas em um imóvel que não têm como ser resolvidos, o corretor pode até optar por não fazer a negociação. “Eu sempre falo que cada um tem a sua profissão e deve focar nela. Se uma pessoa que não é corretora de imóveis e decide comprar sozinha uma casa, faz toda a negociação e depois descobre que ainda tem inventário para se fazer, que existe um rio canalizado embaixo que pode dar problema, existem várias questões, por isso é importante contar com um profissional especializado”, afirma.
 
Vendedores de sonhos
 
Embora possa parecer um jargão, um corretor de imóveis é alguém que faz parte da realização do sonho de uma pessoa. “A felicidade do primeiro imóvel, do primeiro comércio, até em situações mais tristes como em um divórcio e o alívio da finalização dessa etapa faz parte do nosso trabalho. Nós temos uma participação em todos esses momentos”, considera Fernando Galvão Puhl. “A pessoa que quer vender ou comprar está envolvida emocionalmente, é preciso ter a especialidade do mercado para evitar qualquer problema ou imprevistos”, complementa Luciano Giongo Tomazini.
 
Mais do que ajudar a realizar sonhos, o trabalho do corretor de imóveis exige muito estudo e atualizações para acompanhar todas as mudanças do mercado imobiliário, principalmente as leis. “Recentemente, tivemos uma mudança na Lei de Zoneamento de Curitiba que impactou tudo. Além disso, precisamos entender muito de toda a documentação. O corretor auxilia até mesmo no financiamento. É preciso se dedicar”, observa Luciano Giongo Tomazini.
 
Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, a profissão exige muito dinamismo: não é simplesmente ficar esperando o cliente, como aponta Galvão Puhl. “Não adianta sentar na imobiliária, você tem que correr atrás. Pegou um apartamento para vender, começa a divulgar nas redes sociais, deixa cartão no comércio ao redor. Tem que ter iniciativa.”
 
Quem pode ser um corretor de imóveis?
 
Qualquer pessoa com mais de 18 anos e ensino médio completo pode atuar como um corretor de imóveis, desde que faça o curso Técnico de Transações Imobiliárias e obtenha o registro no CRECI (Conselho Regional de Corretores de Imóveis). Mas, os corretores avisam: é preciso ter boa comunicação, ser assertivo, gostar de ter contato com outras pessoas e, especialmente, saber escutar. “Quanto mais você escuta o cliente, melhor é a procura que você faz. Não é só descobrir o tipo do imóvel que um cliente quer, é preciso conversar sobre todos os aspectos da vida dele, como para quais lugares ele precisa sempre se deslocar, pois são fatores que influenciam. Se você não escuta direito, não pesquisa direito”, ensina Fernando Galvão Puhl.
 
Já aqueles que procuram a profissão pelos ganhos de comissão, Luciano Giongo Tomazini confirma que realmente são bons, mas se você trabalhar para isso. “A vantagem do corretor é que você jamais teria em um curto período de tempo o ganho que pode ter na finalização de uma venda. Mas, ganha-se de acordo com aquilo que você trabalha, a dinâmica é você quem faz”, salienta.