O Grupo de Ação Financeira da América Latina (Gafilat) se reuniuno dia 24 de julho em Buenos Aires, capital da Argentina, para a realização da Jornada sobre a Integração dos notários nas obrigações na luta contra a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.
 
O Gafilat é composto por Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai. O objetivo da sessão plenária foi debater soluções entre os países membros e reforçar a obrigação do notariado de reforçar sua colaboração perante o Estado.
 
“O papel do notariado é especialmente vigiar e detectar ações suspeitas antes mesmo destas ocorrerem. O notário é vital nesse combate e tudo o que não queremos é estar em uma lista negra”, comentou o presidente do Gafilat, Eugenio Maria Curía.
 
A jornada tratou de temas específicos como a configuração do sistema de segurança jurídica preventiva, a política mundial na luta contra a lavagem de dinheiro e exemplos de casos em que o notariado foi fundamental nesse combate.]
 
Para o vice-presidente da União Internacional do Notariado (UINL), Jorge Alberto Mateo, a reunião foi de extrema importância para reforçar a discussão de soluções que podem ser adotadas entre os países membros.
 
“Foi um evento muito positivo porque as soluções que discutimos refletem também na sociedade de modo geral. Estamos todos do mesmo lado nessa luta”.
 
A colaboração brasileira
 
O vice-presidente do Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF), Filipe Andrade Lima, elogiou a iniciativa de reunir os países e acredita que esse é um passo importante para o completo conhecimento do papel do notariado no combate a estes tipos de crimes.
 
“Em minha visão, ainda há certo desconhecimento da nossa capacidade em colaborar, embora já existam bons exemplos da nossa contribuição. Há um esforço coordenado, em nível mundial, de aproximar o notariado das autoridades na prevenção à criminalidade”.
 
O vice-presidente do CNB afirma que a busca pelo diálogo permanente entre o CNB, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é um dos principais objetivos da categoria.
 
“O nível de conhecimento que hoje as autoridades têm a respeito do nosso potencial colaborativo é bem maior do que era há pouco tempo atrás. A partir disso, a perspectiva é que saia brevemente a normativa do CNJ a respeito dessa nossa contribuição”.