A mulher que está sendo procurada pela Polícia Civil de Paraibuna, acusada de participar da morte de uma gestante para pegar o bebê da vítima, tentou convencer a funcionária do cartório da cidade a fazer o registro sem a documentação exigida por lei. A escrevente estranhou o comportamento da falsa mãe, mas não suspeitou que a criança não era dela.
 
“Ela insistiu muito, muito mesmo, para eu registrar. Ela disse que morava muito longe e que era muito difícil para voltar para a cidade. Como a criança estava muito quieta e enrolada num cobertor, eu pensei que pudesse ser um boneco. Mas pedi para ver e era uma criança, negra como ela. Nem passou pela minha cabeça que o bebê pudesse ser de outra mulher”, disse a escrevente Vânia de Cássia Silva, substituta do oficial do cartório.
 
A falsa mãe, identificada pela polícia como M.T.G.R.V., de 34 anos, foi ao cartório no final da manhã do dia 4 de julho, mesmo dia em que foi localizado o corpo de Leila Santos, 39 anos, em uma estrada rural perto da represa.  A suspeita foi ao cartório acompanhada de um homem e uma mulher, que seriam as testemunhas do nascimento.  Ela disse que iria registrar o bebê somente no nome dela, sem pai. Segundo Vânia, M.T. afirmou que o parto teria ocorrido no dia 29 de junho em um sítio no bairro Gibraltar, zona rural de Paraibuna, perto de Salesópolis, e que até aquele momento não havia ido ao médico.
 
“Ela disse que queria pegar o documento primeiro, mas eu afirmei que a apresentação da Declaração de Nascido Vivo é obrigatória e a orientei a ir ao posto de saúde e depois retornar com o documento para registrar a criança”, conta a escrevente.
 
No dia seguinte, uma funcionária do posto de saúde soube da gestante morta e decidiu relatar os fatos à polícia. 
 
“Quando saiu daqui, a mulher foi com o recém-nascido ao posto e pediu o DNV, mas depois que informaram que ela teria que ser examinada por um médico, saiu e não voltou mais. Por isso, a funcionária do posto de saúde, ao ver na internet sobre a morte da gestante, entrou em contato com o cartório e decidiu acionar a polícia”, disse Vânia.
 
Com esta informação, a Polícia Civil solicitou imagens feitas por câmeras de segurança na rua do cartório, o que possibilitou a investigação e identificação dos suspeitos.