Em virtude do isolamento social, como orientação da Organização Mundial da Saúde nesse período de pandemia, enquanto a população geral no Brasil ainda não teve acesso significativo a vacinação, até agora atingindo 1,8% da população com as duas doses e 4,7 % da população com acesso somente a primeira dose da vacina que promete a produção de anticorpos, buscando a imunização da população, que será a principal possibilidade para que aos poucos nossa rotina possa reaproximar-se da vida que levávamos antes da Covid 19. Desta forma, garantindo a queda dos índices de mortalidade da doença.
 
Dados estatísticos pelo Colégio Notarial do Brasil identificou até o fim do ano de 2.020 um aumento de 54 % nos índices de divórcio. Muitos casais passaram a procurar por psicoterapia de casal nesse período com o intuito da tentativa de sustentar a relação, principalmente naqueles casos que já vinham apresentando dificuldades por incompatibilidades, momento esse que escancarou com maiores evidências de características e ações e em diversas situações culminaram no divórcio.
 
Claro que nesse período foi possível evidenciar alguns fatores que contribuíram para o distanciamento do casal como, o desgaste promovido pelo estresse do cotidiano, trabalho em home, a divisão de tarefas dentro dos lares, maior necessidade de direcionar atenção aos filhos, já que as escolas se reinventaram ao ensino online É possível destacar a necessidade de um dialogo empático para auxiliar na solução dos problemas provenientes desse convívio, é ainda essencial para que o casal possa encontrar as melhores possibilidades, alinhando suas condutas para possivelmente chegarem a um equilíbrio, harmonia na convivência. Se estiver difícil esse alinhamento é possível que ambos busquem por psicoterapia individual podendo construir um espaço para que possam falar e refletir sobre esses conflitos, porém se intensificar as questões de geram dificuldades na relação a psicoterapia de casal seria uma estratégia antes da decisão que promoverá maiores impactos na vida de todos os envolvidos, principalmente dos filhos, com a separação.
 
No ano passado quando foi possível a flexibilização do isolamento social e as atividades não essenciais retomaram ao seu consumo habitual, muitos casais recorreram aos escritórios de advocacia e cartórios em busca dos divórcios como uma forma de solucionar os conflitos vivenciados em suas casas. Muitos indivíduos compartilharam no setting, no decorrer das consultas psicológicas que nesse período embora juntos em casa, sentiam-se sozinhos, e esses casamentos que poderiam ser prolongados e até mesmo restaurados, em muitos casos não conseguiram sobreviver. Claro que um divórcio não ocorre de repente e não é possível restringir as dificuldades ao período do coranavirus, esse período apenas potencializou.
 
E o momento leva a pensar que a crescente procura por divórcios não vão cessar de imediato com a nova onda da pandemia instalando-se e o confinamento novamente sendo sugerido e restabelecido, atrelada a sentimentos de ansiedade, angustia, medo, inseguranças e incertezas, tanto em relação a saúde, como relacionado a questões financeiras e sociais, contribuindo desta forma para o aumento dos conflitos intrafamiliares nessa realidade, que correspondem também a mulheres, crianças e adolescentes em situação de violência e abuso aumentado. É comum situações intensas de estresse estimular irritabilidade, impaciência e intolerância e situações que em outros momentos seriam facilmente relevadas, nestes momentos acabam gerando brigas e discussões, os indivíduos neste contexto tendem a apresentam baixa resistência a sentirem-se frustrados, principalmente com a falta de perspectiva em relação ao futuro, sem saber quando exatamente essa doença será contida.
 
Porém, vale criar uma reflexão, que nas situações possíveis, quando assim forem julgadas as decisões podem ser postergada, evitando ações impulsivas, nos casos que ainda existirem amor, admiração respeito, companheirismo, parceria, amizade e possibilidades de restabelecimento da família.