Portfólio de aplicações pode ser opção mais simples de partilha em casos de herança, defende planejadora
 
Um dos maiores mantras repetidos por educadores financeiros é que investir é uma atividade de longo prazo. O “longo”, nesse caso, normalmente envolve um prazo de 5 a 10 anos. Existem ainda algumas aplicações comuns para o “longuíssimo” prazo, como a previdência.
 
No entanto, poucos investidores se preocupam em como deixar uma boa carteira de investimentos para um prazo além de sua vida, na forma de herança para as próximas gerações.
 
“Ninguém acorda querendo planejar o portfólio para depois da morte, mas é super importante fazer isso”, defende Arthur Vieira de Moraes, professor da EXAME Academy. Para o especialista, fundos imobiliários (FIIs) são um bom veículo para o investidor planejar sua sucessão financeira.
 
“Se uma pessoa morre e tem um imóvel, esse patrimônio vai ser dividido entre os herdeiros. Com os ativos financeiros, o processo é o mesmo, só que essa divisão é muito mais simples de ser feita. É mais fácil repartir os ativos igualitariamente”, afirmou Moraes no “FIIs em EXAME” da sexta-feira passada.
 
O programa vai ao ar toda sexta-feira às 15h, no canal da EXAME Invest no YouTube.
 
A avaliação é partilhada pela advogada e planejadora financeira Luciana Pantaroto, convidada do programa da sexta passada. “Na partilha de um imóvel, é preciso repartir percentuais desse ativo para os herdeiros, que viram condôminos. É uma situação que pode gerar muita confusão, porque uns querem vender, outros, alugar ou reformar, e é preciso consenso para todas as decisões”, afirmou Pantaroto.
 
A advogada lembra, no entanto, que manter todo o patrimônio em ativos financeiros também não é garantia de que não haverá brigas na partilha. Afinal, algumas aplicações são melhores que outras. Uma forma de evitar estresse com a herança é contar com um instrumento de planejamento sucessório, seja um testamento ou realizando doações em vida.
 
Outras opções recomendadas são investir em aplicações como seguro de vida e previdência privada. São alternativas que não entram no inventário e que podem ser resgatadas em até 30 dias após o falecimento, enquanto o resto do patrimônio fica bloqueado até a conclusão da partilha. Como a morte é um processo caro no Brasil, a especialista recomenda esse tipo de investimento para fornecer recursos aos herdeiros que precisam custear o processo.
 
No caso de fundos imobiliários – e de outras aplicações com rendimentos –, os dividendos continuam a ser creditados normalmente. Caso os herdeiros sejam dependentes dessa remuneração, é possível entrar na justiça para acessar os pagamentos enquanto o inventário não é concluído.
 
Ao longo do programa, Pantaroto também esclareceu como é feito o processo de inventário, quanto ele custa e quais são os tipos de testamento mais comuns. Assista ao programa completo abaixo da sexta passada:
 
https://youtu.be/_0hE-sUVdNM