Em um mundo onde a comunicação está em crise e a desconfiança nas instituições se alastra, a sensação de insegurança e incerteza ameaça o próprio alicerce das democracias

 

A sensação de que “algo não está funcionando” é um sentimento global que se manifesta de maneiras diversas em diferentes partes do mundo. Este fenômeno é exacerbado pela crise de comunicação que atravessamos e pela crescente desconfiança nas estruturas de governo. Esses fatores alimentam uma sensação de insegurança e incerteza que ameaça a estabilidade das democracias e favorece o surgimento de regimes autoritários.

 

Zygmunt Bauman, em sua teoria da “modernidade líquida”, aborda como a constante mudança e a falta de estruturas sólidas criam um ambiente de incerteza. Na era digital, a comunicação, que deveria ser o alicerce da coesão social, encontra-se em um estado de desordem. A disseminação rápida de informações, muitas vezes sem verificação, e a polarização midiática contribuem para um clima de desinformação e desconfiança.

 

A falta de comunicação clara e eficaz entre governos e cidadãos agrava a percepção de que as instituições não são transparentes ou responsivas às necessidades da população. A desinformação e a propaganda, difundidas por meios digitais, corroem a confiança pública nas instituições democráticas, criando um terreno fértil para teorias da conspiração e movimentos populistas.

 

Essa crise de comunicação e a consequente desconfiança nas estruturas de governo têm impactos profundos nas democracias. A sensação de insegurança e incerteza pode levar ao aumento do autoritarismo, à medida que cidadãos desiludidos procuram líderes fortes que prometem ordem e estabilidade. Esse fenômeno tem sido observado globalmente, onde a ascensão de partidos nacionalistas e líderes autoritários capitaliza o descontentamento e a sensação de que “algo não está funcionando”.

 

A crise de comunicação não apenas mina a confiança nas instituições, mas também polariza a sociedade. A fragmentação do espaço público e o isolamento em bolhas informativas intensificam a divisão social e política. Essa polarização dificulta o diálogo e o consenso, elementos essenciais para o funcionamento saudável de uma democracia.

 

A insegurança e a incerteza geradas por essa dinâmica podem levar à erosão dos princípios democráticos e à criação de ditaduras de partidos nacionalistas. Em contextos onde a desconfiança é alta, líderes autoritários utilizam a retórica nacionalista para prometer a restauração da ordem e da segurança. Assim, a promessa de estabilidade pode se traduzir em práticas autoritárias, restringindo liberdades e concentrando o poder.

 

Para mitigar esses riscos, é fundamental fortalecer a comunicação transparente e eficaz entre governos e cidadãos. A promoção da alfabetização midiática e a regulação das plataformas digitais são passos importantes para combater a desinformação e restaurar a confiança pública. As instituições democráticas precisam se adaptar à era digital, garantindo que sejam percebidas como legítimas e responsivas.

 

Em conclusão, a sensação de que “algo não está funcionando” está intimamente ligada à crise de comunicação e à desconfiança nas estruturas de governo. Essas condições ameaçam a estabilidade das democracias, favorecendo o surgimento de regimes autoritários. Para proteger os valores democráticos, é essencial promover uma comunicação clara, transparente e responsável, além de fortalecer as instituições contra a maré de desinformação e polarização. Só assim poderemos enfrentar a incerteza e a insegurança de nossa era, preservando a democracia e a liberdade.

 

Somente através da reconstrução da confiança e da promoção de uma comunicação transparente e honesta poderemos navegar pelas águas turbulentas da modernidade líquida, preservando os valores democráticos e a liberdade em tempos de incerteza.

 

Nota: Este conteúdo foi produzido com o auxílio de uma ferramenta de Inteligência Artificial, assegurando precisão e inovação na sua elaboração.

 

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Fonte: Migalhas

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