Brasil registrou mais de cinco mil celebrações entre janeiro e maio deste ano; direito de alterar o nome social e o gênero no registro civil teve um aumento de mais de 260% desde 2018

 

O número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo está em ascensão no Brasil na última década. Regulamentado em 2013, as uniões homoafetivas passaram de 3.700 daquele ano para quase 5 mil entre janeiro e maio de 2024, estabelecendo um novo recorde de casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Se essa tendência continuar, o país pode registrar cerca de 12 mil uniões até o fim deste ano.

 

Os dados são do Portal da Transparência do Registro Civil, administrado pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), em celebração ao Dia do Orgulho LGBTQIAPN+, comemorado no dia 28 de junho.

 

O casamento entre pessoas do mesmo sexo no Brasil é permitido desde 2011 por um entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, somente em 2013 o CNJ aprovou uma resolução impedindo que cartórios de todo o país se recusassem a converter uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo em casamentos ou a celebrá-los.

 

Válido desde 2018 após determinação do STF, o direito de transexuais e transgêneros alterarem o nome social e o gênero no registro civil teve um aumento de mais de 260% desde que foi regulamentado. Desde que passou a valer, mais de 15 mil pessoas fizeram alterações em seus registros nos cartórios, de acordo com a Arpen.

 

Em 2018, 1.129 pessoas alteraram seus registros. No ano passado, 4.156 alterações foram realizadas, marca recorde nos últimos cinco anos. Até maio de 2024, já foram realizadas 1.930 mudanças de gênero.

 

— O Cartório de Registro Civil é um serviço inclusivo por natureza. Ele atende todo o universo da população brasileira, do rico ao pobre, do homem à mulher e não poderia ser diferente com relação a esta parcela importante da população, que tem seus direitos pessoais e de família consolidados nos Cartórios de nosso país — analisa o presidente da Arpen-Brasil, Gustavo Renato Fiscarelli.

 

As mudanças nos últimos cinco anos foram mais recorrentes na alteração do sexo masculino para o feminino — 8 mil dentre os 15 mil registros. Além disso, em 707 ocasiões (4,6%), houve mudança apenas de nome e não de gênero.

 

Veja os dados:

 

Número de casamentos homoafetivos

 

Ano           Número de registros

2013          3.700

2014          5.614

2015          5.354

2016          5.364

2017          5.887

2018          9.520

2019          9.056

2020          6.433

2021          9.202

2022          11.022

2023          13.613

2024 (até maio)    4.989

Fonte: Arpen Brasil

 

Número de pessoas que alteraram o gênero

 

Ano           Número de pessoas

2018          1.129

2019          1.848

2020          1.283

2021          1.863

2022          3.165

2023          4.156

2024 (até maio)    1.930

Fonte: Arpen Brasil

 

Fonte: O Globo

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