Com uma trajetória marcada pela busca da excelência e inovação no Direito Notarial, Andrey Guimarães Duarte traz uma visão ampla e estratégica, moldada por sua experiência como delegado de polícia, advogado e tabelião. Comprometido com a modernização do setor, ele alia tradição e tecnologia para fortalecer a segurança jurídica e ampliar o acesso aos serviços notariais. Nesta entrevista inspiradora, Andrey compartilha sua paixão pelo notariado, os desafios da era digital e sua missão de garantir um notariado cada vez mais eficiente, ético e acessível à sociedade.

1. Você menciona que o Direito Notarial trouxe uma visão consensual do Direito que te surpreendeu. Como foi esse momento de descoberta e em que ponto percebeu que essa era sua verdadeira paixão?

R. Essa descoberta foi um daqueles momentos de virada. Sempre vi o Direito como algo litigioso, cheio de disputas, até perceber que o Direito Notarial traz uma abordagem totalmente diferente: resolver conflitos antes mesmo que eles aconteçam. Foi nos estudos e na prática que entendi como os atos notariais transformam a vida das pessoas, garantindo segurança e construindo consensos. Ver que uma escritura ou um testamento, por exemplo, pode evitar brigas e trazer paz me encantou. Ali, percebi que isso era muito mais do que um trabalho técnico; era um jeito de ajudar diretamente a sociedade. E aí, me apaixonei de vez.

2. A conexão entre filosofia e tecnologia é uma junção fascinante. Como esses dois campos influenciam sua forma de exercer o direito notarial no dia a dia?

R. A conexão entre filosofia e tecnologia me ajuda a enxergar o Direito Notarial como algo vivo, em constante evolução. A filosofia traz a reflexão sobre valores como justiça, ética e segurança jurídica, que são a essência do nosso trabalho. Já a tecnologia, com ferramentas como o e-Notariado, potencializa nossa capacidade de aplicar esses valores, tornando os serviços mais ágeis, acessíveis e seguros. No dia a dia, essa junção me permite atender com uma visão mais ampla, aliando o rigor técnico à inovação. É um equilíbrio entre a tradição e o futuro, sempre pensando no impacto positivo para as pessoas, além de analisar o impacto da tecnologia no comportamento delas.

3. A Filosofia pode trazer questionamentos profundos sobre o papel da tecnologia e suas implicações éticas. Como você equilibra esses dilemas filosóficos com as demandas práticas do Direito Notarial?

R. Equilibrar esses dilemas exige um olhar atento para os princípios que guiam o Direito Notarial. A filosofia me ajuda a questionar o impacto ético da tecnologia, enquanto as demandas práticas pedem soluções rápidas e eficientes. No dia a dia, busco aplicar ferramentas tecnológicas, como o e-Notariado, sem perder de vista valores como segurança jurídica e proteção ao usuário. É um exercício constante de reflexão: usar a inovação para potencializar a prática notarial, sem comprometer sua essência ética e humana. Assim, cada decisão se torna um ponto de equilíbrio entre pensamento crítico e eficiência prática.

4. Como vice-presidente do Colégio Notarial do Brasil- SP, quais são os avanços mais urgentes que você pretende ver implementados nos próximos anos para modernizar o setor?

R. Entendo que a prioridade é fortalecer e expandir o e-Notariado, ampliando o acesso digital e garantindo segurança jurídica. Investir na capacitação tecnológica dos notários e integrar serviços com outras plataformas são avanços fundamentais. Modernizar o setor é aliar tradição e inovação para atender melhor à sociedade.

5. Você tem uma ampla experiência em cargos de liderança no setor. Quais são as qualidades essenciais para liderar uma entidade que representa tantos tabeliães e cartórios?

R. Liderar, para mim, começa com ouvir, entender e dialogar, buscando unir o notariado em torno de objetivos comuns. É essencial equilibrar tradição e inovação, sempre com foco na melhoria dos serviços. A ética, a transparência e a empatia são fundamentais para inspirar confiança e fortalecer o diálogo com os notários e a sociedade. Acima de tudo, acredito que liderar é servir, trabalhando com humildade e compromisso para alcançar o bem coletivo.

6. No campo da regulação de novas tecnologias, qual você considera ser o maior desafio para o Direito Notarial e como ele pode ser superado?

R. O maior desafio é garantir a segurança jurídica diante da rápida evolução tecnológica, equilibrando inovação e confiança. Isso pode ser superado com regulamentações claras, alinhadas aos avanços, e com a capacitação contínua dos notários.

7. Você vê o futuro do notariado como uma intersecção entre tradição e inovação tecnológica. Existe algum exemplo prático de como essa combinação já está mudando a forma como os serviços notariais são prestados?

R. Com certeza, o e-Notariado é o melhor exemplo dessa intersecção entre tradição e inovação. Ele mantém a essência do notariado — segurança jurídica e fé pública —, mas agora no ambiente digital. Novas tecnologias costumam levar tempo para conquistar a confiança da sociedade, devido à necessidade de segurança e familiaridade. O notário, com sua credibilidade consolidada e respaldo legal, atua como ponte, garantindo que esses avanços sejam aplicados com confiança, segurança jurídica e previsibilidade.

8. A experiência como delegado de polícia e advogado trouxe uma visão mais ampla da prática jurídica. Como essas vivências moldaram sua atuação como tabelião e líder notarial?

R. A experiência como delegado e advogado me ensinou a lidar com conflitos e a buscar soluções práticas e justas, sempre com foco na segurança jurídica. Essas vivências ampliaram minha visão sobre as necessidades da sociedade e a importância de prevenir litígios. Como tabelião, aplico esse olhar estratégico para garantir atos claros e seguros. Na liderança, valorizo o diálogo e a capacidade de construir pontes entre tradição e modernidade.

9. A sua trajetória demonstra uma evolução constante em diferentes campos. Qual é o próximo grande desafio que você vislumbra para si, tanto no âmbito pessoal quanto profissional?

R. Pessoalmente, meu grande desafio é dedicar mais tempo à família e às pequenas coisas que trazem equilíbrio e felicidade. Profissionalmente, quero contribuir para que o notariado acompanhe a modernização tecnológica, sem abrir mão dos valores que sempre me guiaram. É uma jornada de aprendizado em ambas as áreas.

10. Em sua experiência como tabelião desde 2004, o que mudou no perfil dos clientes que procuram os serviços notariais, e como você adapta os serviços às novas demandas?

R. Desde 2004, percebo que os clientes estão cada vez mais informados sobre seus direitos e sobre os serviços notariais. Esse maior acesso à informação mudou o perfil do público, que hoje busca soluções mais ágeis, claras e personalizadas. A transparência também se tornou essencial para acompanhar esse público mais consciente. Assim, a confiança no notário se mantém, mesmo em um cenário de transformação.

11. Se pudesse deixar uma mensagem para jovens profissionais do Direito que estão começando a descobrir o universo notarial, o que você diria sobre encontrar propósito e paixão na carreira?

R. Eu diria que o Direito Notarial vai muito além das formalidades; é um campo onde se constrói segurança, confiança e, acima de tudo, soluções para a vida das pessoas. Encontrar propósito nessa carreira é perceber o impacto direto que seu trabalho tem na sociedade, prevenindo conflitos e trazendo paz. Apaixone-se pelo equilíbrio entre tradição e inovação, pela chance de fazer parte de algo que transforma vidas com responsabilidade e ética. Esteja aberto a aprender constantemente, pois o notariado é um universo em evolução, mas nunca perde sua essência: servir com credibilidade e humanidade.

Bate-bola:

Nome Completo: Andrey Guimarães Duarte

Profissão: Tabelião

Data de Nascimento: 29 de Outubro de 1975

Time do Coração: São Paulo

Hobby Preferido: Jogar tênis

Uma Música que Inspira: Fix You – Coldplay

Um Livro inesquecível: E o Cérebro Criou o Homem – Antonio Damásio

Uma citação que o marca: “O sucesso consiste em ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo.”

Uma personalidade que você admira: Winston Churchill

Uma saudade: Infância

Redes Sociais: Necessárias, mas não essenciais.

Fonte: INR

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