A startup Carrot.eco realizou a primeira venda do crédito de carbono gerado pela não emissão de metano a partir da compostagem de resíduos orgânicos. O novo tipo de ativo sustentável do mercado voluntário de carbono foi batizado de Bold Carbon. A primeira operação foi feita com dez créditos emitidos pela Eco Adubos, empresa que transforma resíduos orgânicos em adubo.

Apesar do volume não ser expressivo – equivale a cerca de US$ 1,5 mil -, a venda tem relevância por ter mostrado que o sistema está pronto para ser escalado. A Carrot.eco terá até o fim do ano 150 mil créditos disponíveis para venda na plataforma, o que representa um faturamento potencial de mais de US$ 23 milhões, pelo valor atual do crédito.

A metodologia usada é validada pela Organização das Nações Unidas e certificada pelo Bureau Veritas. A rastreabilidade da cadeia é possível graças à tecnologia blockchain: este nível de transparência é fundamental para garantir a segurança do negócio para compradores corporativos. O foco da startup são justamente grandes empresas globais que já investem em crédito de carbono e buscam créditos de alta qualidade para mitigar o risco de exposição da sua estratégia de ESG.

A inovação do modelo está principalmente no impacto climático imediato. Ao contrário dos créditos florestais, que podem levar décadas para trazer benefícios reais, a compostagem do resíduo orgânico previne a emissão de metano hoje, de forma garantida.

O gás metano é responsável por cerca de 30% do aquecimento global desde a era pré-industrial, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Embora permaneça menos tempo na atmosfera que o dióxido de carbono (CO2), seu poder de aquecimento é até 86 vezes maior nos primeiros 20 anos. Quando resíduos orgânicos vão para o aterro, eles se decompõem em um ambiente sem oxigênio, gerando metano. “O metano tem enorme impacto no meio ambiente, mas continua sendo negligenciado. Cerca de 50% dos resíduos sólidos urbanos no mundo são orgânicos e recicláveis, mas 90% ainda acabam não sendo compostados”, afirma Ian McKee, CEO da Carrot.eco.

Fonte: InvestTalk

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