Os suspeitos se passavam por advogado, tabelião e escrevente e podem responder por crimes de estelionato, falsificação ideológica, falsificação de documentos, usurpação de função pública e apropriação indébita. Se condenados, podem pegar até 15 anos de reclusão
 
Já imaginou pagar por inúmeras taxas e pela emissão de documentos para regularização de um imóvel e, ao levá-los ao cartório, perceber que caiu em um golpe? O fato aconteceu com uma mulher de Belo Horizonte, depois de ela ter contratrado os serviços de três homens que se passavam por titulares de dessas instituições. A Polícia Civil acredita que outras pessoas tenham sido vítimas do trio. Nesta quinta-feira (12), a polícia cumpriu três mandados de busca e apreensão em dois endereços (dois em Belo Horizonte e um em Sete Lagoas, na região Central de Minas Gerais) e nos locais apreendeu selos, carimbos oficiais, além de documentos falsos. Apenas dois suspeitos foram localizados até o momento, mas nenhum foi preso.
 
“As investigações começaram no início do ano, após uma denúncia da vítima. Os investigados se passavam por um advogado, um tabelião e um escrevente substituto, mas não ocupavam esses cargos. Dois deles até já foram titulares de cartórios no interior do estado, mas foram destituídos das funções. Eles se valeram da expertise para fraudar os documentos”, explicou o delegado responsável pela operação, Marlon Pacheco, do Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes . “O homem que se passava por advogado, na verdade é dono de uma imobiliária e prometia resolver as questões jurídicas dos imóveis das vítimas. Eles usaram os nomes e as representações de pelo menos quatro cartórios”, completou.
 
Segundo o delegado, os suspeitos podem responder por crimes de estelionato, falsificação ideológica, falsificação de documentos, usurpação de função pública e apropriação indébita. Se condenados, podem pegar até 15 anos de reclusão.
 
“As investigações vão continuar. Agora, vamos analisar a documentação apreendida para identificar novas possíveis vítimas e estimar os prejuízos”, disse. Ainda de acordo com Pacheco, a polícia pode pedir pela prisão preventiva do terceiro investigado, caso ele se oculte das investigações.
 
ATENÇÃO
 
Para evitar cair nesse tipo de golpe e pagar por documentos falsos, o delegado responsável pela operação, Marlon Pacheco, do Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes de falso titulares de cartórios, recomenda que, antes de solicitar o serviço, o interessado procure diretamente os cartórios encarregados de resolverem essas questões jurídicas.
 
O delegado destacou também a condutas dos prestadores de serviços.
“Todos os profissionais têm seus registros e seus órgãos de classe que podem ser consultados por qualquer pessoa”, salientou.
 
O policial não informou qual o prejuízo da vítima, mas disse que as investigações vão continuar para tentar localizar outras pessoas que tenham caído nos golpes do trio. Crimes do tipo podem ser denunciados via Disque Denúncia 181.