Um dispositivo instalado no corpo do paciente é capaz de monitorar alterações de saúde e avisar automaticamente o médico. Um sensor consegue controlar a temperatura e a umidade do servidor de uma empresa e avisar o setor de manutenção sobre qualquer mudança que venha a comprometera operação dos equipamentos. Uma roupa especial para a prática de esportes está apta a monitorar o desempenho do atleta, indicando velocidade, distância e localização do usuário. Essa rede de dispositivos conectados que se comunica de forma autônoma é conhecida como Internet das Coisas ou IoT (do inglês, Internet of Things).
Automação e eficiência aplicadas à rotina das pessoas, visando melhorar o desempenho pessoal e profissional, definem bem a função da IoT na sociedade atual. Há quem diga que a Internet das Coisas tem grande potencial para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Mas a aplicabilidade é diversa, podendo alcançar desde o setor de saúde, como o industrial e até mesmo contribuir com o trabalho dos notários e registradores. É uma área em constante expansão. Levantamento da consultoria IHS aponta que devemos atingir a marca de 75,4 bilhões de dispositivos conectados em 2025, contra 15,4 bilhões em 2015.
Mas junto com a proposta revolucionária, a IoT traz outros pontos sensíveis que precisam ser discutidos com atenção, como a evolução da internet e a criação de uma nova geração de IPs, além da segurança e a privacidade dos dados gerados. As perguntas mais recorrentes são: Quem terá acesso a essas informações? Como serão feitas as permissões de consulta? E ainda: a quem cabe a função de regular e regulamentar o uso da IoT? – um dos questionamentos que ganhou destaque recentemente, pois em dezembro de 2016, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) abriu consulta pública sobre o tema.
A intenção do governo é elaborar o Plano Nacional de Internet das Coisas e planejar ações e investimentos até 2022, incentivando o desenvolvimento tecnológico, a aplicabilidade no cotidiano da população, a geração de empregos e, consequentemente, a movimentação da economia nacional. Pesquisa realizada pela consultoria IDC Brasil ilustra essa intenção. Segundo o levantamento, os investimentos em projetos de inovação e transformação digital pela iniciativa privada devem ser retomados este ano. E a IoT é uma das principais ferramentas em destaque.
A certeza que se tem até o momento é que a Internet das Coisas está cada vez mais presente na vida das pessoas. E isso atinge também o trabalho dos notários e registradores, que precisam se adaptar a essas novas tecnologias – seja investindo em formas de armazenamento de dados ou no monitoramento dessas informações por dispositivos conectados e autômatos. Muito em breve um sistema utilizado por um notário poderá se conectar com outro sistema utilizado por um registro de imóveis e será capaz de realizar pesquisas automáticas para obtenção dos dados do imóvel, certificação da propriedade e apuração da existência de ônus – tudo isso sem intervenção humana.
Todas as instituições, sejam grandes ou pequenas, que investirem desde já na incorporação de IoT em suas rotinas saem na frente e tendem a conquistar uma nova parcela de consumidores, formada por aqueles que buscam praticidade, baixo custo e informação especializada ao alcance de um clique.
*Joelson Sell é diretor de Canais e Negócios, graduado em Gestão Comercial e um dos fundadores da Escriba Informática