O Supremo Tribunal britânico decidiu nesta quarta-feira (27) que os casais heterossexuais poderão ter acesso às uniões civis, um instrumento jurídico que até agora só estava disponível para os homossexuais no Reino Unido. 
 
Os cinco juízes do Supremo, máxima instância judicial do país, se pronunciaram a favor de Rebecca Steinfeld, de 37 anos, e Charles Keidan, de 41, que reivindicavam o direito de optar por uma união civil, equiparável ao status de casal de fato, em vez do casamento, seja civil ou religioso. 
 
Após escutar todos os argumentos, o tribunal decidiu que a Lei de Uniões Civis, de 2004, que só é aplicada aos casais do mesmo sexo – que desde 2014 também têm acesso ao casamento -, “é incompatível” com a Convenção Europeia de Direitos Humanos. 
 
Durante o processo, a advogada de defesa, Karon Monaghan, argumentou que seus clientes tinham “objeções ideológicas enraizadas” contra a instituição “patriarcal” do casamento, seja pela Igreja ou mediante registro civil, mas desejavam formalizar uma união civil para ter acesso legal aos mesmos benefícios scais que as pessoas casadas. 
 
Steinfeld e Keidan alegaram que queriam criar as duas lhas, de 2 anos e 9 meses, “como membros de um casal de iguais” e que a melhor opção era a união civil, como instituição “simétrica e moderna”. 
 
Por sua vez, o governo sustentou, durante o julgamento, que não queria ampliar o alcance das uniões civis, aprovadas inicialmente para os homossexuais. 
 
Os ativistas a favor das uniões civis reivindicaram hoje ao governo conservador da primeira-ministra, Theresa May, que modique a legislação vigente para incluir todos os cidadãos.