Em muitos casais, um pet é tratado como um filho[1] e esse cenário se torna cada vez mais comum na sociedade. pensando nisso, um projeto de lei foi apresentado na última semana para que os animais de estimação sejam tratados como filhos depois de uma separação conjugal.
A decisão foi protocolada na última quarta-feira, 12 de abril. Atualmente não existe legislação em relação a tutela dos animais domésticos quando se trata de divórcio. No entanto, se for aprovado, o projeto considera os interesses dos casais e dos filhos no momento da separação.
Fora o divórcio de forma afetiva, também existirá a avaliação da reponsabilidade financeira e solidária do casal que está se separando em relação não somente as crianças, mas aos pets também. Segundo o parlamentar, irá ter a possibilidade de uma guarda compartilhada e ajuda em custos das rações.
Na justificativa, o projeto sai em defesa que os animais sejam considerados como seres ‘dotados de sensibilidade’, isto é, os animais precisam dos cuidados específicos. Um dos pontos analisados também foi a crescente em relação a processos judiciais para saber o destino dos animais de estimação.
5 motivos para tornar um pet membro da sua família
Animais de estimação ajudam seu filho a lidar com situações e sentimentos
Apesar de o bicho de estimação[2] , e em especial o cachorro, ensinar ao seu filho a lidar com situações e sentimentos importantes na vida, ele ainda é capaz de influenciar no desenvolvimento. “Além de ajudar a criar noções de responsabilidade e companheirismo, já que a criança terá sob seus cuidados um outro ser vivo, essa relação impulsiona a coordenação motora e o gasto de energia, já que eles vão querer acariciar, brincar e correr atrás do animal”, explica Moisés Chencinski, pai de Renato e Danilo, pediatra e presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Mas é muito importante, antes mesmo de adotar o pet, explicar para a criança que gato,[3] cachorro ou qualquer outro bicho de estimação, não são brinquedo ou algo temporário. E para você, mãe ou pai, fica a dica: esses animais duram, em média, de 15 a 20 anos. Então não dá pra cansar, mudar de ideia ou enjoar.
Ter um pet pode ajudar a diminuir alergias
Os pelos, as patas e a saliva do gato ou cachorro pedem atenção, já que têm micro-organismos e podem causar doenças. Para garantir que a saúde do seu pet e do seu filho fiquem em dia, é imprescindível seguir as vacinas e doses de vermífugo do animal à risca – além, claro, de fazer o mesmo com o seu filho. Isso faz parte dos cuidados básicos, junto com lugar específico para as necessidades e visitas periódicas ao veterinário.
E apesar dos animais serem causa comum de alergias – sendo metade das crianças asmáticas alérgicas a gatos e 40% a cachorros, segundo a ONG Allergy UK – a condição não é necessariamente uma regra. Segundo um estudo da universidade de alberta, no Canadá, bebês que vivem em famílias com bichos de estimação têm menos chances de desenvolver alergias e obesidade.
Os pesquisadores analisaram os cocôs de quase 800 recém-nascidos de até três meses e os resultados mostraram que apenas nas fraldas daqueles que conviviam com animais de estimação – e em quase 47% dos casos, convivência desde a gestação – dois tipos de micróbios característicos de pessoas sem histórico de alergias ou obesidade,[4] estavam presentes.
Traduzindo: ter animais de estimação está diretamente relacionado com a prevenção de alergias, já que pode transformar positivamente a nossa flora intestinal. Além disso, outra pesquisa publicada pela revista americana JAMA Pediatrics provou, depois de 10 anos de estudos e 650 mil crianças analisadas, que quando a convivência com cachorros ou animais rurais acontece no primeiro ano de vida, as chances de ter asma diminuem 13%.
O estudo sugere que essa exposição precoce ao bicho de estimação pode ajudar o sistema imunológico a se desenvolver melhor e evitar alergias. Para fechar com chave de ouro, o pesquisador sueco Bill Hesselmar, da Universidade de Gothenburg, cruzou os resultados e chegou à conclusão que quanto maior e mais cedo o contato e convívio com bichos, melhor. Então, se você já tem um pet e está à espera de um bebê, fique tranquila! Ao que tudo indica, essa amizade vai ser tudo de bom para os dois. Mas se você já tem um filho alérgico, fica o alerta: nada de tentar “curá-lo” com a presença de um animal de estimação – isso pode, inclusive, piorar os sintomas dele.
Os bichos também são parte da família!
De modo geral, cerca de 4 entre 10 crianças nascem em lares que já possuem animais domésticos, e 90% delas convivem com um ao longo da vida, segundo estudo feito por Gail F. Melson, professora de Desenvolvimento Infantil e Família na Universidade de Purde, nos Estados Unidos. Ou seja, não tem como negar que eles acabam virando membro da família!
Ainda no estudo da professora americana, um grupo de crianças de cinco anos foi questionado sobre o que fazem quando se sentem tristes, com raiva ou medo. O resultado mostrou que mais de 40% delas procuravam a companhia do cão como fonte de conforto – sim, o cachorro é o melhor amigo [5] do homem!
E quem tem sabe: o bicho de estimação une a família e muitas vezes é o foco da atividade de todos juntos. Seja para levá-lo para passear no parque, sentar-se no chão e brincar ou apenas observá-lo correr atrás do próprio rabo, por exemplo. Momentos como esses devem ser valorizados, principalmente, por desacelerar o ritmo frenético da vida moderna que sobrecarrega pais e filhos. Então, ficar sem fazer “nada”, apenas brincando com o seu filho e seu pet é sim uma coisa muito importante.
Os animais de estimação também ensinam sobre responsabilidade
Segundo Samantha Melo, adestradora comportamental e colunista da Pais&Filhos, não existe data para que a criança possa conviver com o pet. “Precisamos respeitar o tempo da criança e garantir que as tarefas sejam cumpridas de forma prazerosa, então devemos analisar as capacidades dela de acordo com a idade”, ela indica.
Segundo a especialista, até os três anos seu filho já consegue aprender a acariciar o animal sem machucá-lo. “É legal estabelecer a ‘hora do carinho’, que pode ser um pouco antes de dormir”, Samantha aconselha. Dos três aos seis anos, uma boa ideia é delegar a responsabilidade[6] de manter o pote de água sempre cheio e fresco ao seu filho, assim ele aprende que o cão tem necessidades tão importantes quanto nós, humanos.
“Dos seis aos nove anos, a criança já está preparada para assumir a responsabilidade da ração também. Minha orientação é que a porção diária seja separada pela manhã e ela preencha os potes nos momentos indicados”, ela conta.
Já para os mais velhos, de nove a doze, a tarefa indicada é escovar o pet. “Se a ‘hora do carinho’ já é corriqueira na rotina, essa será uma evolução natural”, explica. A partir dos doze anos os passeios estão liberados – mas sempre com coleira e guia!
Além do seu filho, toda a família cria vínculos com o pet de estimação
Com tanta convivência, é praticamente inevitável que seu filho (e você, claro) crie um vínculo de muito carinho e afeto com o pet[7] – e vice-versa. Segundo Samantha, é fácil perceber quando o sentimento é recíproco, basta observar alguns tipos de comportamento do bicho de estimação com a criança.
O primeiro sinal é abanar o rabo, e esse todo mundo conhece muito bem. “De fato, a cauda do animal funciona como um termômetro”, ela explica. Receber lambidas no rosto é sinal de carinho e submissão, ou seja, quer dizer que eles se sentem amados e seguros perto dos donos. E se uma aproximação mais carinhosa acontece quando vocês, tutores, estão tristes, não pense que é por acaso.
Segundo Samantha, eles são, sim, capazes de decifrar as nossas mudanças de humor e fazer excelente leitura corporal. Por isso é muito comum que eles se aproximem em momentos difíceis para a família. “Ter um cachorro ensina à criança o real sentido de companheirismo, cumplicidade e fidelidade. Eles ensinam sobre o amor na sua forma mais pura”, Renata completa.
Fonte: Pais & Filhos
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