A relação do homem com o mundo, como defendem alguns filósofos, revela um caráter psicótico intrínseco à espécie humana. Somos uma espécie que faz guerra, que se mata por miragens e cujas ideias contraditórias geram conflitos sem sentido. Um exemplo claro é a Guerra do Vietnã, promovida sob o pretexto de conter o avanço do comunismo imperialista. Os Estados Unidos sabiam que não poderiam vencer essa guerra, que se revelou uma das maiores mentiras do século. No final, o Vietnã permanece um país comunista e mantém relações diplomáticas com os EUA.

 

A psicose humana, sem ser meramente loucura, contém uma promessa de mudança e criatividade. Fernando Pessoa captura essa dualidade em seu verso memorável: “Sem a loucura, que é o homem mais que a besta sadia, cadáver adiado que procria.” Os otimistas veem um elemento redentor na loucura, uma faísca de criatividade e transformação essencial à condição humana. Sou um crítico atento, mas sem perder o otimismo.

 

Desafios Ambientais e Tecnológicos

 

Vivemos em um mundo onde o homem almejava dominar a natureza e construir um paraíso terreno através da ciência e tecnologia. Hoje, o risco ambiental desfez esse mito. O mundo ainda gira à mercê do lucro e beiramos um colapso ambiental causado pelo aquecimento global. Semearam-se inseguranças.

 

Acreditava-se que a ciência esclarecereria o mistério da existência, aliviaria a angústia do desconhecido e da morte, e nos permitiria fabricar vida, compreendendo nosso lugar no cosmos. Contudo, o que ocorreu foi o oposto. O domínio da natureza gerou um enorme descontrole, ameaçando-nos com consequências naturais catastróficas, fruto de nossas próprias ações. A ciência não conseguiu demonstrar de onde viemos nem apontar para onde vamos. Temos muita informação, mas não conseguimos transformá-la em conhecimento. Muitos influenciadores no Instagram apresentam soluções para todos os problemas possíveis, resultando em uma circulação maciça de informação inútil.

 

O Impacto da Ciência e Tecnologia no Conhecimento Humano

 

Além disso, o progresso científico tornou o universo ainda mais impenetrável. Estamos falando de um cosmos de 14 bilhões de anos, onde nossa insignificância é cada vez mais evidente e aterradora. A perda das ilusões religiosas só agrava essa sensação de desorientação. A opressão do conhecimento, a falta de objetivo frequentemente leva à regressão, com pessoas se agarrando a fantasias religiosas trivializadas.

 

Este projeto técnico-científico agressivo, que nasceu no Renascimento, encontra seu maior defensor em Francis Bacon, que via a ciência como um meio de dominar a natureza. Bacon expressa esse projeto faustiano, prometéico, de domínio radical, mesmo pela tortura da experimentação para desvendar os segredos da natureza.

 

Conclusão: Reavaliando Nossos Valores no Contexto Digital

 

Assim, voltamos a considerar a necessidade de reavaliar nossos valores e práticas, buscando um equilíbrio que reconheça tanto a capacidade criativa da psicose humana quanto os perigos do domínio científico e tecnológico desmedido. Através da arte, da poesia e da filosofia, o homem pode se tornar espiritual e se inserir na história, encontrando um sentido em meio ao caos.

 

No contexto do direito digital, essas reflexões são essenciais para desenvolver um quadro normativo que promova o uso responsável da tecnologia, garantindo que o avanço científico e tecnológico sirva para o bem-estar humano, sem sacrificar nossos valores mais profundos.

 

Aristóteles e a Formação das Virtudes

 

Aristóteles (384-322 a.C.) expandiu o conceito de virtude, inicialmente entendido como um hábito ou disposição permanente do ânimo para o bem. Diferentemente de Sócrates e Platão, que viam as virtudes como hábitos do intelecto, Aristóteles as definiu como pertencentes à vontade. Para ele, não existem virtudes inatas; todas são adquiridas pela repetição de atos, que se tornam costumes (mos), daí o termo “virtude moral”.

 

Aristóteles argumenta que os atos que geram virtudes não devem se desviar nem por defeito, nem por excesso, pois a virtude reside na justa medida, equilibrada entre os dois extremos. Esta noção de equilíbrio é essencial para a formação do caráter virtuoso, destacando a importância da moderação e da prática contínua para o desenvolvimento moral.

 

Enfrentando o Caos: Cultivando Virtudes na Era Digital em Meio a Conflitos e Sombras

 

Quanto mais o homem avança em direção ao conhecimento, mais ele se dá conta de que pouco sabe e de que não foi capaz de superar seus piores medos. Não sabemos de onde viemos, nem para onde vamos. Ignoramos o que existe além desta pequena galáxia em que vivemos, se há vida após a morte, como deter as guerras e a ascensão de líderes totalitários, como Hitler, que operam silenciosamente nas sombras.

 

Atualmente, a OTAN se vê encurralada com a possibilidade de entrada da Ucrânia em seu âmbito de proteção, o que poderia escalar a situação para uma guerra mundial. De um lado, temos a Rússia, a China, a Índia e a Coreia do Norte como aliados; do outro, a OTAN, comprometida a proteger seu futuro aliado. Por trás daquilo que conhecemos, uma guerra secreta é travada com informações que desconhecemos. Essa complexa teia de alianças e conflitos revela o quanto ainda somos impotentes diante das forças que moldam nosso mundo.

 

À medida que avançamos na era digital, a complexidade do nosso relacionamento com a tecnologia e a sociedade se intensifica. O caos social, alimentado por um fluxo constante de informações e desinformações, e as expectativas em torno da ciência e tecnologia, demandam uma reflexão profunda sobre nossos valores e práticas. A busca pelo equilíbrio, defendida por Aristóteles, torna-se mais relevante do que nunca.

 

Aristóteles nos lembra que a virtude não é uma qualidade inata, mas algo que cultivamos através da repetição de atos equilibrados. No contexto atual, isso se traduz em um uso responsável e ético da tecnologia, onde devemos evitar os extremos: tanto a dependência excessiva quanto a rejeição total. A ciência e a tecnologia têm o potencial de melhorar nossas vidas, mas apenas se guiadas por um entendimento profundo de suas implicações morais e sociais.

 

Assim, ao enfrentarmos os desafios da era digital, devemos lembrar que o verdadeiro progresso está na harmonia entre inovação e sabedoria. Através da arte, da poesia e da filosofia, podemos encontrar sentido e propósito, evitando que o avanço tecnológico nos desvirtue. A criação de um quadro normativo que promova o uso ético da tecnologia é fundamental para garantir que o progresso sirva ao bem-estar humano, preservando nossos valores essenciais.

 

Neste cenário, o direito digital desempenha um papel crucial, orientando-nos na navegação desse novo mundo. Devemos continuar a cultivar nossas virtudes, como Aristóteles propôs, e aplicar esses princípios na forma como interagimos com a tecnologia, assegurando que ela sirva como uma ferramenta de melhoria e não como um agente de desordem. Com essa abordagem equilibrada, podemos transformar o caos em um catalisador para uma sociedade mais justa e harmoniosa.

 

Nota: Este conteúdo foi produzido com o auxílio de uma ferramenta de Inteligência Artificial, assegurando precisão e inovação na sua elaboração

 

Fonte: Migalhas

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