- Levantamento é do gabinete do vereador Celso Giannazi (PSOL)
- Travas impedem que revisão seja cobrada de uma vez, limitando a aumento de 10% ao ano
A nova PGV (Planta Genérica de Valores) enviada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) à Câmara Municipal mostra que os bairros mais valorizados de São Paulo podem ter quase 70% de aumento no IPTU nos próximos anos. Os valores, contudo, seriam diluídos devido às travas impostas pela Justiça na gestão Fernando Haddad (PT) e mantidas até hoje.
Levantamento feito pelo gabinete do vereador Celso Giannazi (PSOL), com base na proposta submetida por Nunes, aponta que o Jardim Paulista teve alta média de 66,9%, chegando a 69,9% em algumas partes. A diferença se dá porque a prefeitura considera os setores da cidade, que podem conter uma parte do bairro, duas partes de bairros diferentes ou até um bairro inteiro.
Pinheiros aparece logo em seguida, com 69,2%, e Itaim Bibi, com 61,8%. Também se destacam Moema (56,6%), Bela Vista/Consolação (49,8%), Lapa (47,5%), Bom Retiro/Santa Cecília (47,1%), e Barra Funda/Perdizes (46,7%).
Na outra ponta, bairros como Santa Cecília/Bom Retiro (10,9%), Cursino (13,6%), Tatuapé (14,2%) e Sacomã (14,4%) teriam as menores variações médias. Veja tabela abaixo:
Setor Média de aumento do IPTU (em %)
Santa Cecília/Bom Retiro 10,96
Cursino 13,62
Tatuapé 14,46
Sé/República 14,61
Sé/Brás 15,19
Pari 15,38
Carrão/Vila Formosa 15,41
Pirituba 16,97
Saúde 17,46
Belém 18,19
Cambuci/Ipiranga 18,31
Pari 18,34
Tatuapé 18,71
Ipiranga/Sacomã 18,95
Cambuci 19,31
Carrão 19,43
Mandaqui/Tucuruvi 19,53
Brás/Sé 19,68
Água Rasa 19,87
Mandaqui 19,89
Cursino 19,91
Penha 19,95
Vila Maria 19,95
Liberdade/Cambuci 20,1
Vila Prudente 20,41
Vila Mariana/Saúde 20,99
Tucuruvi/Tremembé 20,99
Belém/Mooca/Brás 21,09
Santana 21,24
Ipiranga 21,49
Vila Mariana 21,65
Penha 21,71
Cangaiba/Penha 21,72
Saúde 21,77
Belém 22,44
Ipiranga 22,55
Sé/República 22,86
Vila Matilde 23,55
República/Consolação/Bela Vista 24,22
Limão/Freguesia do Ó 24,42
Santana 24,52
Liberdade 24,72
Vila Maria 25,03
Vila Matilde 25,87
Bom Retiro 26,05
Vila Maria 26,43
Freguesia do Ó/Limão 26,88
Vila Mariana 27,75
Mooca 29,48
Vila Prudente 29,93
Água Rasa 29,96
Liberdade/Vila Mariana 30,74
Mooca 31,93
Limão/Casa Verde 32,44
Vila Maria 32,99
Mooca/Belém 33,32
Bela Vista 33,98
Vila Guilherme/Tucuvi/Vila Medeiros 34,45
República/Santa Cecília/Consolação 35,11
Barra Funda/Perdizes 39,3
Vila Medeiros/Jaçanã 41,78
Consolação/Perdizes 41,88
Tucuruvi/Jaçanã 43,35
Perdizes/Lapa 44,04
Lapa 44,96
Santa Cecília 45,34
Barra Funda/Perdizes 46,75
Bom Retiro/Santa Cecília 47,13
Lapa 47,54
Bela Vista/Consolação 49,87
Moema 51,57
Moema 56,64
Itaim Bibi/Jardim Paulista 61,85
Jardim Paulista 64,05
Pinheiros 69,21
Jardim Paulista 69,89
Apesar dos números robustos, a gestão manteve as chamadas travas: em 2026, o reajuste do IPTU não poderá passar de 10% para imóveis residenciais e 15% para comerciais, independentemente da variação apontada na PGV. Isso significa que, na prática, contribuintes de bairros muito valorizados sentirão o impacto diluído ao longo dos próximos anos.
Um morador do Jardim Paulista que teve aumento de quase 70%, por exemplo, sofrerá aumento de 10% no IPTU pelos próximos sete anos. Que irão se acumular com a próxima revisão PGV, daqui a quatro anos.
A equipe do parlamentar ainda cruzou dados com a população desses bairros e afirmou que quase metade dos contribuintes (49,87%) terá aumento entre 20% e 40%, enquanto 16,80% enfrentarão reajuste acima de 40%. Apenas 0,24% devem registrar redução.
Nunes também propôs atualização das faixas de isenção. Hoje, imóveis de até R$ 120 mil têm isenção total do IPTU. A proposta eleva esse teto para R$ 150 mil. No caso de quem tem apenas um imóvel, a isenção passa a valer para valores de até R$ 260 mil (hoje é R$ 230 mil). Haverá ainda reduções no imposto para imóveis na faixa de R$ 260 mil a R$ 390 mil.
“Teremos mais imóveis com redução de impostos do que com correção”, disse o prefeito Ricardo Nunes no anúncio da proposta.
Fonte: Folha de S.Paulo


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