Presidente da Academia Notarial Brasileira (ANB) apresentou as características da atividade ao tabelião espanhol e conselheiro da UINL, Isidoro Calvo Vidal
 
O presidente da Academia Notarial Brasileira (ANB) e diretor do Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB/CF), Ubiratan Guimarães, recebeu na última sexta-feira (28.01) o notário espanhol da região de Coruña e membro da seção Internacional do Conselho Geral de Notários da Espanha, Isidoro Calvo Vidal. O titular do 1º Tabelionato de Notas e Protestos de Alphaville/Barueri apresentou a unidade a Isidoro e debateu as diferenças do papel do notário em cada país e as características próprias de alguns dos principais atos que podem ser realizados em ambas as regulamentações. Katia Beatriz Ayala Ratti, notária de Assunção/Paraguai, também acompanhou a visita.
 
Para o notário espanhol é “impressionante a magnitude do serviço extrajudicial brasileiro” para com seus mais de 214 milhões de habitantes. “Com tantas culturas e realidades, em um território tão rico e diverso, a padronização do notariado brasileiro e a força do Conselho Federal do Colégio Notarial inspira e ganha ainda mais relevância com a existência de uma plataforma digital unificada em todo o país”, disse Isidoro.
 
Por sua vez, Ubiratan citou a importância do trabalho do Notariado Espanhol no aconselhamento jurídico da vida cidadã e dos negócios no país, já que a classe exerce também, por exemplo, a função de órgão para abertura de empresas, “papel que garante praticidade e rapidez em um processo essencial para o bom funcionamento de uma economia”. Para Ubiratan, “destaca-se também o dinamismo da atividade na luta contra a lavagem de dinheiro, com medidas que inspiraram e deram suporte regulamentador ao Provimento nº 88/2019, do CNJ no Brasil, utilizando-se da força e da capilaridade do Notariado Brasileiro contra a corrupção”, disse.
 
Assim como Ubiratan, Isidoro faz parte do corpo de conselheiros da União Internacional do Notariado e aproveitou a visita para debater o intercâmbio de expertises e experiências entre profissionais de classe, juristas e autoridades do Brasil e da Espanha em um esforço para integrar e desenvolver os conhecimentos do setor extrajudicial de cada país. “Devemos aproveitar as inerentes ligações e raízes do Direito do tipo Latino e impulsionar a troca de experiências acadêmicas entre a Península Ibérica e o maior país da América Latina”, disse Isidoro ao conhecer o trabalho da Academia Notarial Brasileira que, desde sua criação em 2015, presta assessoria e trabalha em prol da formação para o aprimoramento de tabeliães no país.
 
“A fundação da ANB trouxe uma injeção de ânimo e novos horizontes à doutrina notarial no Brasil ao mostrar-se um pilar para o conhecimento acadêmico e promover o intercâmbio de profissionais de Direito Notarial ao manter relações ativas com outros países”, disse o presidente da entidade que, em 2020, foi convidado pela UINL para tratar do ingresso de Moçambique como novo membro da entidade que reúne notários de todo o mundo.
 
Durante sua visita, Isidoro Calvo Vidal também reforçou a importância de o setor extrajudicial ganhar visibilidade e ter seus serviços conhecidos por todos os cidadãos do país. “Em uma conversa entre os colegas de escola do meu filho, todos entendem como trabalham o pai médico e o pai policial de um e de outro. Precisamos que o notário seja reconhecido como um profissional essencial até mesmo pelas crianças, desde cedo”, comentou. Ubiratan então reforçou que a juventude deve ser instigada a fim de conhecer a função notarial já que, “se nos é tão caro o assunto da sucessão, devemos planejar e imbuir desde cedo as boas práticas e experiências à juventude, preparando e inspirando os tabeliães do futuro”.