Fórum de Finanças Climáticas e de Natureza busca mobilizar US$ 6,5 trilhões anuais até 2030 para investimentos em economia de baixo carbono

O II Fórum de Finanças Climáticas e de Natureza, realizado no Rio de Janeiro, reuniu mais de 1.500 lideranças para discutir mecanismos e arquitetura financeira voltados ao enfrentamento da crise climática.

O evento, que contou com a participação de especialistas nacionais e internacionais, buscou soluções para mobilizar US$ 6,5 trilhões anuais até 2030, que seriam investidos em economia de baixo carbono.

Segundo Patrícia Ellen, analista especial da CNN para a COP30, esse montante é apontado como necessário para que haja uma resposta contundente à crise climática atual.

Ela também destacou que o fórum teve como objetivo propor recomendações para uma espécie de reforma da arquitetura global do sistema financeiro. “A gente precisa pelo menos triplicar o nível de investimento dos bancos de desenvolvimento e aumentar em 15 a 20 vezes o investimento que é hoje feito pelo setor privado”, disse.

Uma das mensagens centrais do evento foi a de que o financiamento climático não representa um custo, mas sim um investimento em crescimento econômico, geração de empregos e proteção das populações mais vulneráveis.

Alerta sobre o aquecimento global

Enquanto autoridades e especialistas discutem mecanismos para aumentar o financiamento climático, o planeta segue aquecendo em um ritmo sem precedentes.

De acordo com o novo relatório da Organização Meteorológica Mundial, a agência climática da ONU, existe 86% de chance de a temperatura média global ultrapassar 1,5°C acima dos níveis pré-industriais em pelo menos um dos próximos cinco anos.

Ainda segundo a OMM, esse cenário aumenta o risco de eventos extremos, como secas prolongadas, ondas de calor, inundações e incêndios florestais no mundo todo. O relatório também trouxe projeções a longo prazo, e alertou para possibilidade de, até 2100, a temperatura média global subir 2,7°C.

Para a analista especial da CNN para a COP30Ellen, os dados enfatizam a urgência de ações concretas. “Toda aquela conversa dos trilhões, da oportunidade, ela se baseia ainda no cenário de 1,5°C e agora a gente tem que atualizar a realidade e pensar realmente no que pode ser feito para que esse cenário, que hoje é o mais provável, não vire realidade”, afirmou.

Apesar dos desafios, a analista reforçou que o Brasil, por conta de seus vastos recursos naturais e biodiversidade,​ tem a oportunidade de investir em soluções que promovam prosperidade para a população e enviem uma mensagem positiva ao mundo na luta contra as mudanças climáticas.

Fonte: CNN Brasil

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