Informe do Registro de Imóveis apresenta dados de abril de 2022 de capitais e municípios brasileiros
O número de transações de imóveis, novos e usados, segue em queda em 2022 nos principais mercados avaliados no Informe do Registro de Imóveis, produzido pelo Registro de Imóveis do Brasil (RIB). A redução foi observada na comparação dos dados de abril deste ano em relação a março, bem como no comparativo com o mesmo mês do ano anterior e no acumulado de 2022 x acumulado do mesmo período de 2021. Apesar disso, o volume de compra e venda permanece próximo aos observados até o início de 2020, antes do início da pandemia de Covid-19.
Confira os dados completos no Portal Estatístico do Registro de Imóveis do Brasil.
Em abril, apenas Campo Grande e Fortaleza apresentaram crescimento no número de transações envolvendo compra e venda de imóveis em relação ao mesmo período do ano anterior, com +10,6% e +4,4%, respectivamente. Entre as demais cidades, as quedas foram mais expressivas em Maringá (-38,6%), Recife (-37,1%), Rio de Janeiro (-28,7%), Santos (-20,5%), Ribeirão Preto (-20,5%), Curitiba (-14,1%), São José dos Campos (-12,7%), Joinville (-10,6%) e São Paulo (-10,3%).
Na comparação com março deste ano, foi observado crescimento apenas em Campo Grande (+13,3%) e Joinville (+13,2%). Já os resultados negativos foram mais expressivos em Fortaleza (-27,1%) – invertendo a liderança de crescimento observada em 2021 –, Maringá (-16,7%), Ribeirão Preto (-16,1%), Florianópolis (-15,3%), Rio de Janeiro (-14,8%), Recife (-14,7%), Curitiba (-12,7%) e São Paulo (-10,2%).
No acumulado no ano, todas as localidades consideradas apresentam queda no número de transações de compra e venda, lideradas por Maringá (-27%), Recife (-23%), Santos (-22,9%), Joinville (-13,2%) e Florianópolis (-11,1%).
“Talvez esse seja o sinal mais evidente de que o mercado está desacelerando, apesar de ainda apresentar altos patamares, puxados pela alavancagem do segundo semestre de 2020”, avalia Patricia Ferraz, oficiala do Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoas Jurídicas de Diadema/SP e responsável pelo estudo no Registro de Imóveis do Brasil.
Já considerando o acumulado dos últimos 12 meses, algumas localidades começam a apresentar resultados negativos: Maringá (-4,8%) e Recife (-1,9%).
Análise
Uma combinação de fatores pode estar relacionada à queda dos índices, entre os quais o aumento das taxas de juros de mercado – que encarece os financiamentos imobiliários e reduzem a atratividade dos imóveis como opções de investimento; o aumento nos preços nominais dos imóveis – que reduz o poder de compra das famílias e, consequentemente, o affordability – e também o declínio da renda das famílias (em termos reais).
Além desses fatores conjunturais, também há um movimento natural e cíclico do mercado imobiliário, que não é capaz de se manter em constante expansão – tanto do ponto de vista da oferta (alternância de períodos de lançamentos, de vendas e de entregas), quanto da demanda (os preços acabam por subir e as oportunidades, ao menos momentaneamente, passam a ser menos atrativas).
Finalmente, é possível entender que as peculiaridades criadas pela pandemia resultaram em um momento “especial” para construção e para o mercado imobiliário. Assim, já era prevista uma acomodação, o que significa que, apesar do declínio ou viés negativo, os mercados se mantêm em patamares relativamente elevados em relação ao histórico crítico vivido por volta de 2016, em termos de volume de transações.
Sobre o informe
O Informe do Registro de Imóveis é o único indicador do mercado com números de transferências de propriedade imobiliárias totais e com segregação de operações de compra e venda. Os dados são enviados pelos Registros de Imóveis para produção dos indicadores e estatísticas com metodologia desenvolvida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Sobre o RIB
O Registro de Imóveis do Brasil tem a missão de fomentar, aprimorar e auxiliar na modernização dos serviços prestados pelos oficiais de Registro de Imóveis, a quem incumbe garantir e proteger o direito à propriedade imobiliária e a segurança dos demais direitos reais imobiliários em todo o país. Com isso, o RIB contribui para o melhor ambiente de negócios, para a segura concessão do crédito, para a distribuição de riquezas e para o desenvolvimento econômico brasileiro. É por meio do Registro de Imóveis que indivíduos e empresas podem realizar investimentos e adquirir empréstimos e financiamento usando suas propriedades imobiliárias como garantia. Em razão de tais operações, os governos podem arrecadar impostos, para desenvolver e implementar políticas públicas em benefício da população.
Composto por 20 associações estaduais, representando mais de 3.500 registradores de imóveis, o RIB tem consciência das diferenças regionais que caracterizam o Brasil, e, portanto, busca levar as melhores iniciativas e soluções aos registradores dos quatro cantos do país.
Fonte: Anoreg/BR
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