Falar sobre a liderança, atualmente é redundante, repetitivo. Embora um assunto muito em alta e de extrema relevância, tudo o que gira em torno do tema vem sendo martelado em todo o tempo em nossas cabeças e ouvidos.

 

Quem já fez uma pesquisa sobre liderança certamente encontrou os dez passos para se tornar um líder, ou as características que um líder precisa ter, ou ainda, saiba o que é liderar etc. Sim, é importante ter empatia.

 

Sim, é importante ter autogestão. Sim, é importante comandar sem microgerenciar. É importante saber delegar, dar feedback, acompanhar a evolução, desenvolver os colaboradores. Acredite a lista não termina por aí.
Para além de todas essas percepções que precisamos ter a respeito do papel de líder, passa desapercebido algo que é essencial: transformar o saber em prática.

 

Sim, este é o maior desafio do século quando se fala em mercado de trabalho. Estamos todos cheios de conhecimento, fazendo cursos de curta, média e longa duração para aprender novas teorias, novas práticas, mas onde de fato estamos aplicando todo esse conhecimento?

 

O meu questionamento inicial é uma provocação para você, titular, que pode estar em busca de muitos cursos e mais formações, ou direcionando sua equipe para esse fim, sem perceber que na verdade, tudo isso é um meio.

 

Todo o conhecimento e instrução precisa ser um meio para alcançar os resultados que a serventia busca.

 

Precisa ser um meio para transformar as ações do dia a dia. Trazendo à tona as habilidades dos nossos colaboradores. Mais do que investir em novos conhecimentos, é necessário criar na serventia o espaço necessário para que todo esse conhecimento seja colocado em prática, possa tomar forma e reverter em benefícios para o ambiente de trabalho na serventia.

 

Não estou fazendo campanha contra o estudo ou aprimoramento profissional. De forma alguma. Minha campanha é para o uso consciente das habilidades que se adquire nos mais diversos âmbitos de aprendizagem. Colecionamos experiencias desde que nascemos. Cada um de nós tem habilidades que nos diferem uns dos outros, e que tornam algumas atividades mais fáceis para uns do que para outros.

 

O capital humano é a seara de oportunidades mais rica dentro da serventia: ideias, conhecimento, experiencia, execução. Cada colaborador carrega consigo algumas dessas ferramentas. O titular de cartório, como líder em sua serventia, precisa saber extrair o melhor de cada colaborador mantendo-o motivado e comprometido. Parece uma tarefa fácil?

 

Na verdade é bastante desafiadora.

 

Para extrair o melhor do seu colaborador, ele precisa estar encaixado em uma função com a qual se identifique, veja sentido e tenha facilidade para desenvolver.

 

Para mantê-lo motivado é necessário uma dose de desafio em suas atividades, que não poder grande demais, pois gerará desmotivação por ser muito difícil, nem pode ser muito pouco, pois se o nível de desafio é baixo, tudo parecerá muito simples, e ninguém se motiva a fazer algo que é muito fácil.

 

E o que podemos falar de comprometimento? O tão sonhado “vestir a camisa”. Como extrair comprometimento de alguém? Essa tarefa nada simples requer que o colaborador se identifique com os objetivos da serventia. Que a cultura da serventia seja condizente com o que o colaborador acredita. Somente assim ele se compromete com algo. Quando ele acredita na prestação de serviço que está fazendo.

 

Trazer as habilidades aprendidas em formações também passa por esse processo: o colaborador precisa se identificar com o que aprender, ter oportunidade de aplicar, oportunidade de melhorar o que aprendeu de acordo com o ambiente da serventia.

 

É muito difícil pensar em ser líder, sem pensar no que faz de alguém o líder. Alguém só é líder porque há pessoas a serem lideradas.

 

Não há nada de novo ou revolucionário, quando se fala em liderança. Vai ser novo transformar a sua serventia em um ambiente que transborde informação, cultura, colaboradores habilidosos e realizados. Só se conquista isso, trazendo todo o conhecimento que se acumula para o dia a dia, e dando espaço para aplicabilidade prática.

 

Por hoje, vamos pensar no que não estamos aplicando e poderíamos estar fazendo? Como será que aquele colaborador consegue colocar melhor o seu potencial em prática? Reflita sobre isso. Nos vemos em breve!

 

Fonte: Jornal do Notário

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