O Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) registrou um crescimento expressivo em 2024, com arrecadação 13% acima da inflação. Segundo dados das Secretarias Estaduais de Fazenda divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo, esse aumento foi quase o dobro do registrado por outros impostos estaduais e taxas cobradas pelos governos estaduais e do Distrito Federal no mesmo período.
Conteúdo do artigo:
- Estados com Maior Crescimento na Arrecadação
- Medidas que Impulsionaram a Arrecadação
- Pernambuco: Benefício para Doações
- Espírito Santo: Planejamento Sucessório em Alta
- Alagoas: Implementação de Alíquotas Progressivas
- São Paulo: Sucessões Antecipadas
- Impacto do ITCMD nas Receitas Estaduais
- Debate Sobre Mudanças nas Regras do ITCMD
- Possíveis Impactos das Mudanças
- Conclusão
Esse crescimento ocorre em um momento em que o Congresso Nacional discute possíveis mudanças nas regras do ITCMD, incluindo um eventual aumento das alíquotas. Atualmente, a alíquota máxima do imposto é de 8%, e qualquer alteração precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado.
Estados com Maior Crescimento na Arrecadação
Os dados mostram que sete estados superaram a média nacional de crescimento da arrecadação do ITCMD. Os destaques foram:
- Pernambuco e Rio Grande do Norte: aumento de aproximadamente 45%.
- São Paulo, Alagoas e Amazonas: crescimento em torno de 33%.
- Espírito Santo: aumento de 27%.
- Distrito Federal: crescimento de 18%.
Medidas que Impulsionaram a Arrecadação
O crescimento expressivo da arrecadação do ITCMD não aconteceu por acaso. Vários fatores contribuíram para esse resultado, incluindo mudanças nas alíquotas estaduais e a maior adesão ao planejamento sucessório.
Pernambuco: Benefício para Doações
O governo de Pernambuco reduziu temporariamente as alíquotas de doação, que variavam de 2% a 8%, para um patamar entre 1% e 2%. Além disso, ofereceu um desconto de 10% para pagamentos à vista. Essa iniciativa incentivou a regularização de doações e sucessões, resultando em uma arrecadação recorde.
Espírito Santo: Planejamento Sucessório em Alta
No Espírito Santo, o aumento das arrecadações foi impulsionado pela maior procura por planejamento sucessório. O receio de que a alíquota progressiva seja implementada fez com que muitas famílias antecipassem doações e transmissões de bens.
Alagoas: Implementação de Alíquotas Progressivas
Em Alagoas, o crescimento foi impulsionado principalmente pelas doações de cotas societárias e pela adoção de alíquotas progressivas, o que aumentou a arrecadação de forma significativa.
São Paulo: Sucessões Antecipadas
No estado de São Paulo, onde a alíquota do ITCMD é de 4%, o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ainda não propôs mudanças. No entanto, o estado também se beneficiou da crescente preocupação com o planejamento sucessório.
Impacto do ITCMD nas Receitas Estaduais
Apesar do aumento expressivo na arrecadação, o ITCMD ainda representa uma parcela pequena das receitas estaduais. Em média, sua participação na arrecadação total dos estados é de apenas 2%. No entanto, a discussão sobre sua ampliação segue em pauta, especialmente em um contexto de busca por novas fontes de financiamento para os cofres estaduais.
Debate Sobre Mudanças nas Regras do ITCMD
Com o aumento na arrecadação e a maior adesão ao planejamento sucessório, cresce também a pressão para modificações nas regras do ITCMD. Entre os principais pontos em discussão estão:
- Aumento da alíquota máxima: atualmente limitada a 8%, há propostas para elevá-la, a fim de alinhar o Brasil a países onde esse imposto tem maior peso na arrecadação.
- Alíquota progressiva: alguns estados estudam a implementação de uma alíquota que varie conforme o valor da herança ou doação.
- Mudanças na base de cálculo: revisão das regras para tributação de bens no exterior e avaliação dos ativos transferidos.
Possíveis Impactos das Mudanças
Caso haja aumento das alíquotas, é possível que mais contribuintes antecipem suas doações e reorganizem seu planejamento patrimonial. Por outro lado, especialistas alertam que um aumento excessivo pode estimular estratégias para reduzir a carga tributária, como transferências de bens para o exterior.
Conclusão
O crescimento da arrecadação do ITCMD em 2024 evidencia o impacto das medidas estaduais e do aumento da preocupação com o planejamento sucessório. No entanto, a discussão sobre a reformulação do imposto segue em aberto, com potencial impacto tanto para os cofres estaduais quanto para os contribuintes. O futuro do ITCMD dependerá das decisões do Congresso Nacional e das estratégias adotadas pelos estados nos próximos anos.
Fonte: Seu Crédito Digital
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