País é o segundo a anunciar algum compromisso com o fundo, que almeja reunir US$ 125 bilhões
O presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, afirmou nesta quinta-feira, dia 23, que o país asiático vai investir dinheiro no Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF), a ser lançado na Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30), que ocorrerá no próximo mês em Belém. Ele recebeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Jacarta.
Em setembro, o Brasil esperava angariar apoios internacionais em Nova York e inaugurou a fase de compromissos públicos ao anunciar a injeção de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,38 bilhões) no fundo de florestas. Mas não conseguiu nenhum adesão.
Potenciais doadores europeus (Reino Unido, Noruega, França e Alemanha), além de China e Emirados Árabes Unidos, estudam como participar da iniciativa. Eles pediram mais detalhes sobre a governança do fundo, recém aprovado pelo Banco Mundial.
A iniciativa – defendida pelo Brasil desde 2023 – deve ser lançada por Lula no dia 6 de novembro, durante a Cúpula de Líderes da COP-30.
Agora, a Indonésia é o segundo país a anunciar um compromisso público, a ser concretizado. Embora não tenha citado cifras, Subianto disse que vai colocar no fundo a mesma quantia que o Brasil puser.
A Indonésia é um dos países detentores das maiores extensões de florestas tropicais do planeta, ao lado do Brasil e do Congo.
Lula disse que o apoio da Indonésia é fundamental. A empresários, ele afirmou que “o TFFF gera dividendos tanto quem investe, como para quem protege o bioma, oferecendo alternativa de renda para quem preserva a floresta”.
“É importante que eles tenham certeza que se esse fundo funcionar, ninguém vai mais ficar pedindo dinheiro como se tivesse pedido esmola para poder manter a nossa floresta em pé e para evitar que o planeta tenha um aquecimento acima de 1,5ºC”, disse Lula, em Jacarta.
Para atrair investidores privados, o fundo depende de uma contribuição soberana inicial para operações, que deve somar cerca de 20% do total de US$ 125 bilhões (cerca de R$ 673 bilhões).
Com esse montante, o Brasil espera distribuir anualmente cerca de US$ 4 bilhões em dividendos e pagar US$ 4 por hectare de floresta preservada.
Além de dizer que a Indonésia “vai investir no fundo” e se “compromete” com o mesmo montante que o Brasil investirá, Subianto anunciou que não estará na COP-30. O país asiático enviará enviará uma delegação substantiva e apoia a liderança brasileira.
Cúpula enfrenta cenário global adverso
Uma das preocupações da conferência do clima neste ano é o risco de esvaziamento do encontro. Entre os pontos negativos do cenário global, estão a saída dos Estados Unidos, sob a gestão Donald Trump, do Acordo de Paris. O pacto climático, assinado em 2015, tem a adesão de quase 200 nações.
Outros fatores que têm desviado a atenção dos líderes globais para a pauta ambiental são a guerra comercial e os conflitos bélicos, como na Ucrânia e na Faixa de Gaza.
Além dos problemas geopolíticos, Belém enfrentou uma crise de hospedagem diante dos altos preços cobrados na cidade paraense, o que fez os países reduzirem suas delegações.
Nessa quarta-feira, 22, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, reconheceu que o planeta não vai atingir a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris – limitar a 1,5ºC o aquecimento do planeta em comparação com os níveis pré-industriais (até meados do século 19).
Fonte: Estadão


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