Segundo artigo de Daniel Goleman, uma pesquisa realizada com 20 mil executivos mostrou que há seis estilos de liderança, e que cada estilo possui diferentes componentes da inteligência emocional.
É fato que após a pandemia os ânimos ficaram mais exaltados, seja o usuário nervoso, seja do funcionário alterado, as emoções estão à flor da pele e desenvolver a inteligência emocional é primordial para saber lidar com cada caso.
Essa pesquisa comprovou que o estilo de liderança interfere na gestão da equipe para obter bons resultados, deixando claro que bons líderes são flexíveis para mudar de estilo segundo as circunstâncias exigem. Portanto, é interessante que o titular e gestor alterne entre os estilos de liderança a depender da situação.
- Coercitivos: exigem obediência imediata.
- Visionários: mobilizam as pessoas em torno de certa visão. Equipe de líderes assim compreende a importância e a razão do que fazem. Para melhorar o clima interno esse é o mais eficaz.
- Afetivos: estabelecem ligações emocionais e harmonia.
- Democráticos: constroem medição de consenso mediante participação.
- Modeladores: esperam excelência e autodirecionamento, com padrão de desempenho alto.
- Treinadores: desenvolvem pessoas para o futuro.
O estilo coercitivo deve ser usado em poucas situações, como: incorporação hostil (exemplo: ao assumir uma nova serventia e não ser bem aceito), recuperação de uma situação de crise (exemplo: nova pandemia ou crise emergência real), e pode funcionar pontualmente com algum funcionário problemático – quando nada mais funcionou. Pois usar esse estilo no longo prazo é desastroso.
Ao identificar situações falhas, o ideal é resolver o problema de imediato e atuar de forma intensa na(s) causa(s) da situação para que ela não se repita. Para isso, trabalhar com métricas ajuda muito a saber quais são os top de erros/falhas dentro da serventia e quais são os top funcionários a serem treinados. Sendo assim, manter um relatório de não conformidade e um planejamento de treinamento sobre o tema, faz com que o titular e gestor consiga – com fatos e dados – comprovar o desempenho de cada um da equipe e atuar cirurgicamente na melhoria das situações assim que surgem (e não meses depois).
O visionário mobiliza todos pela comunicação clara e fornecer a mesma direção para a equipe. Essa comunicação pode ser em relação às normas extrajudiciais, às portarias do CNJ, ou até novidades e políticas internas, decidida pelo registrador ou notário.
Vale ressaltar a importância de alternar o estilo o visionário com afetivo, realizando feedback que pontua os pontos positivos e as resoluções dos negativos, pois assim além da equipe ter um objetivo comum, ela também sente a harmonia e a integração. Nesse sentido, momentos de descontração como festividades de aniversário, dia do escrevente, é bem-vindo. Não espere o final do ano chegar para fazer uma única comemoração, pois confraternizar a cada progresso influencia a equipe a querer novos desenvolvimentos. O planejado não sai caro.
Dentro do estilo democrático, que é aquele perfil que gosta de obter opinião de todos, em um ambiente de respeito, indicamos a prática da SWOT, reuniões periódicas, realização de pesquisa de clima, canal aberto e direto com o responsável como forma de incentivar comprometimento e confiança. Esse estilo faz gerar novas ideias que ajudam a colocar a visão de futuro em prática, contudo, deve ser evitado quando os funcionários não são competentes ou não são informados o suficiente.
O estilo modelador é o perfil que gosta de trabalhar com padrões altos de resultado, é o tipo de pessoa que quer fazer sempre melhor e mais rápido. Ele é o exemplo, ele mostra como se faz, e espera agilidade e eficiência na serventia. Evite a todo custo o lado ruim desse estilo que é: não mostra passo a passo do que deve ser feito, não faz feedback com a equipe, não quer orientar, deixa a equipe perdida.
O treinador (coach) ajuda os funcionários a encontrarem seus pontos fortes e fracos, ajuda com o plano de ação. O diálogo contínuo sobre o treinamento faz com que o funcionário saiba o que é esperado dele, pois entende como o seu trabalho se encaixa numa visão maior, no todo. Isso afeta a responsabilidade, a clareza, o comprometimento. Esse estilo não funciona para funcionários que não acreditam em melhorias, não querem participar de treinamento, não querem aprender, não querem mudar e se atualizar. Observação: esse tipo de pessoa nem deveria mais estar no seu cartório.
A serventia que preza por qualidade já trabalha com calendário de treinamento anual, atualiza os próprios treinamentos periódicos, e se preocupa em captar o feedback da equipe para melhorar sempre.
Para finalizar, saiba que liderança não tem a ver com personalidade. Ninguém nasce com um estilo. Qualquer pessoa pode escolher a forma de liderar que mais atende as necessidades de determinada situação. E não precisa escolher um tipo e permanecer nele.
Daniel Goleman diz que assim como maternidade e paternidade, liderar não é ciência exata, mas também não é um mistério total, e finaliza dizendo que a pesquisa trouxe mais clareza do que é preciso fazer para liderar com eficácia.
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